Todos tem um amigo (ou você mesmo pode ser essa pessoa) que bebe pra “chegar junto” em uma mulher. Três ou quatro copos o transformam no conquistador da festa, mais rápidos que qualquer terapia. Claro que a bebida é como qualquer outra droga (remédio), uma dose a mais torna o galanteador patético e instável. Sendo consumida na medida certa e com segurança ( longe de automóveis e celulares) é um catalisador da criatividade, um transformador do individuo; o tímido fica eloqüente, o covarde ganha coragem, o sisudo desabafa. Quer encontrar o motivo porque o mundo esta indo pro buraco? Ou melhor, a solução para o aquecimento global ou o fracasso da economia? É só ir ao boteco mais próximo, lá está cheio de peritos em todas as áreas, geralmente são polímatas, “e não há nada nesse mundo (que eles, com um copo na mão) não saibam demais”. As melhores histórias são, sem dúvidas, contadas nos bares.
Toda essa apologia ao álcool como propulsor da mente criativa é o preâmbulo para apresentar, ou relembrar, Harry Purvis, dentro do contexto que o torna protagonista do livro de Arthur C Clarke . Harry é o típico contador de estórias de bar, que se infiltrou no pub Gamo Branco, local frequentado pela elite de cientistas, inventores e escritores de ficção londrino. Entre um gole e outro (que alimentava sua imaginação) ele hipnotizou os frequentadores com suas estórias mirabolantes. Alguns achavam Harry convincente, a maioria tinha certeza que ele era um mentiroso, mas todos paravam para ouvi-lo. Em que outro lugar um desconhecido como Harry Purvis ganharia tanta notoriedade, tanta atenção e deixaria saudades entre beberrões escritores renomados? A internet reinventou essa façanha dos botecos, permitindo que compartilhemos nossas histórias amadoras com um numero incontáveis de pessoas em inúmeros lugares. Nesse espaço ,não somente vamos colocar nossas histórias e as que os leitores nos enviarem, mas também indicaremos livros, hq’s, filmes (tudo relacionado aos gêneros de Sci-fi, Horror, Fantasia e Mistério), faremos criticas e resenhas sobre nossos autores favoritos e os mais odiados, suas respectivas obras e receberemos as criticas e resenha dos frequentadores desse botequim. Então sente-se diante de seu PC, encha o copo, enconste-o próximo a tela e vamos brindar a isso.
Li a resenha e gostei muito mesmo!
A análise desta obra e do escritor é perfeita, mostra que quem escreveu conhece bastante do mestre, além de demonstrar talento na escrita é claro. Parabéns!
Quando li “Morte Alada” eu fiquei bem surpreso, pois além da peculiaridade da narração e da própria estória, ela possuía a cara de Lovecraft, mesmo sabendo de não se tratar de uma estória 100% sua. É um conto bem criativo e que me causou uma imensa apreensão, principalmente no final!
Muito obrigado, Leonardo. Seu apoio até reascende meu ânimo de escrever a resenha da outra revisão prometida de Lovecraft “Nos Muros de Eryx”. Já conferiu esse? É o mais próximo de ficção científica que o autor chegou (“A cor que veio do Espaço” pende mais para o terror).
Realmente “Morte Alada” é um conto muito bom. O carater documental dele é mais forte que em outros de Lovecraft, deixando aquele ar de plausibilidade – mesmo sendo uma trama escabulosa. Acredite ou não, ele me deu até pesadelo!
Grande Abraço!
Então pintopix,
Vou aproveitar pra conferir “Nos Muros de Eryx”, tenho ele em casa. Eu ainda não o li, pois achei que talvez eu tivesse que terminar de ler “À procura de Kadath”, conto que infelizmente eu interrompi a leitura e ainda não finalizei. “A cor que vio do espaço” foi os egundo conto de Lovecraft que li, o primeiro foi “Ar Frio” (Um dos meus favoritos contos de horror).
Sobre esse caráter documental contido em “Morte Alada”, realmente o deixa bem especial e diferente do habitual do escritor.
Abraço!
Poisé, Leonardo, “Nos Muros de Eryx” não tem continuidade nenhuma com as demais histórias de Lovecraft. Pode ler sem receios. É aquela ficção científica meio ingênua, onde a imaginação era o único limite (se passa em Vênus!!), ou seja, as melhores de se ler.
Grande abraço!
Quem te conhece das noites de Vitoria sabe que vc fala com propriedade.
Sempre me perguntei como vc faz pra conhecer todas essas coisas, onde arranja tempo entre os desenhos, as noitadas e a legião de amigos, nada mais natural que transformace isso tudo em um blog.