Philip K. Dick, autor de obras como Do androids Dream of Electric
Sheep (Blade Runner), Minority Report, Total Recall, e talvez obras
menos conhecidas do grande público, mas de qualidade superior às
previamente citadas, como Homem do Castelo Alto, Os Três Estigmas
de Palmer Eldritch, Valis, Ubik e Identidade Perdida – O Homem
que Virou Ninguém (que traduçãozinha ferrada), foi um dos escritores
mais psicodélicos da ficção científica. As obras dos últimos anos de
sua vida foram inteiramente baseadas em suas experiências lisérgicas,
que para ele, estavam muito além do que simples efeitos psicotrópicos.
Nos meses de fevereiro e março de 1974, K. Dick vivenciou uma série de
experiências avistando uma espécie de “luz plásmica” que se comunicava
direto com sua consciência abrindo sua mente em níveis totalmente fora
de seu controle (se é que existe tal coisa como controle sobre a
mente).
Enquanto tudo estava sendo expressados nos livros, tudo bem. Mas Dick
foi além, e num ato que aparentemente muita gente desconhece
(provavelmente só os ultra fãs dele e dedicados apreciadores de ficção
científica), durante uma palestra em uma convenção de FC em Metz, na França, ele abriu o jogo com a galera, e revelou que tudo aquilo,
expressado em suas últimas obras, é potencialmente real (seja lá o que
realidade for).
No vídeo a seguir, pode-se ver a cara de incredulidade do público,
embora não possamos culpá-lo. Afinal, se hoje isso ainda soa ridículo,
o que dizer de em 1977?!
E isso que é o mais chocante, afinal, as ideias de Dick são
escabulosas, e são de uma complexidade tão grande, que ou o escritor
realmente é gênio, ou super sincero… ou doido. Todas as
possibilidades são válidas.
Apesar do termo realidade virtual já existir à época, obviamente
era usado em outros conceitos, mas nada ligado a programas de
computadores, ainda muito rústicos naquele tempo.
Quando você ouve o cara falar que vivemos em uma realidade gerada por um
programa de computador, talvez não te choque tanto, afinal, com
certeza tu já viu Matrix. Mas pera aí? Matrix só foi lançado 20 anos
depois…
O que me leva a outra questão. Como já havia dito no post sobre “Blade
Runner”, eu não tenho dúvidas de que todo o fundo filosófico de
“Matrix” é mero acidente, ou digamos, nao era o prato principal
servido.
Após verem esse vídeo, Matrix perderá mais ainda o seu charme,
afinal, Dick praticamente recita o roteiro do filme pros Wachowski,
que após assisterem-no, tiveram a brilhante ideia.
Ora, não era segredo que a Obra de Dick tivera grande influência na
película, mas o mais sinistro é ver Dick citando passagens do filme
como o primeiro encontro em pessoa de Trynity com Neo e o mais irado:
quando Neo percebe uma falha na Matrix e informa Morfeu de que vira um
Déjà Vu e todos percebem que a casa caiu. Veja o vídeo e entendam o
que quero dizer.
Depois dessa, um Déjà Vu nunca mais será o mesmo…
They can’t handle the truth!!!
Chico Pacheco disse:
Kkkkkkkkkkkkkk…! Putz! Então o filme Matrix foi um plágio de “idéias” de um cara (pelo visto, Albert Einstei da ficção), de 1977! Realmente parece ter ficado até sem graça o filme agora, ou não, já que foi tirado de “premonições inteligentíssimas”.
joão disse:
Os wachowski fizeram um bom filme sim, mas sem originalidade nenhuma basicamente copiaram tudo que puderam do PKD e do cyberpunk colaram muito bem e fizeram Matrix, os outros dois filmes (creio eu com idéias mais originais da dupla) são totalmente descartáveis. Mas serviu para aumentar o interesse sobre os mestres da FC.
pintopix disse:
Justamente, João. Matrix é um ótimo filme e até tenho em minha coleção. Minha implicância com o filme é justamente e apenas isso: fizeram um hype em cima das ideias “originais” do filme ao invés de fazerem a referência da origem delas. Tô curioso pra ver Cloud Atlas agora…
Grande abraço!
StyloAlfa disse:
O cara é um gênio, já naquele tempo já prestava um grande serviço a pessoas, mas sabe como é as pessoas incrédulas. Muito interessante as ideias dele.
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Danilo Albergaria disse:
O engraçado é que deve ter soado menos ridículo em 1977 do que em 2013. Aquele público devia estar acostumado com alegações mais ou menos na mesma linha. A contracultura ainda se fazia ouvir.
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Cosmos disse:
O mundo em que você vive é apenas uma cobertura revestida de açúcar
Existe um outro mundo debaixo deste – o mundo real